Nadja Haddad apresentadora do Bake Off Brasil, concedeu uma entrevista exclusiva para o site Dabeme. A contratada do SBT respondeu diversas perguntas e falou sobre carreira na TV, Bake Off e projetos. Hoje com 40 anos, a fluminense conta que se sente orgulhosa por sua trajetória e superações.
Ela comenta que não acreditou ao ser convidada para comandar o reality show de confeitaria e a ficha só caiu quando o Bake Off Brasil estava no ar: “fiquei realmente sem acreditar, tão feliz e tão eufórica, foi um presentão tão grande na minha vida”, disse ela. Ainda na resposta, Nadja Haddad revela sua tradição antes e depois das gravações. “caminhar na tenda sozinha e rezar ali dentro.
No bate-papo exclusivo para a Dabeme, Nadja Haddad responde sobre sua mudança do jornalismo para o entretenimento e ela cita que no início da carreia presenciou muito machismo que a deixava bastante mal. “Tive medo de me deparar com situações semelhantes que me deparava no jornalismo que me magoavam, como machismo. Eu não vivi isso [no entretenimento].”
Em outro trecho, Nadja Haddad ao ser questionada sobre a pressão do Ibope em sua vida e profissão, ela é categórica: “me importa sim, mas eu não sou escrava disso. O que tem um valor imensurável é o feedback das pessoas”
Confira a entrevista com Nadja Haddad na íntegra:
Como foi receber o convite para apresentar o Bake Off Brasil em 2018? O que você se lembra da gravação do primeiro episódio no comando do reality?
— Eu fiquei muito emocionada, foi uma surpresa imensa. Eu não esperava mesmo, fiquei realmente sem acreditar, tão feliz e tão eufórica, foi um presentão tão grande na minha vida, que só sentir que era verdade quando foi ao ar. Lembro do primeiro momento em que eu entrei na tenda, do sentimento de emoção, gratidão e entusiasmo. Me emociono até hoje, todas as vezes em que a gente começa a gravar, eu faço sempre questão de no primeiro dia e no último dia, caminhar na tenda sozinha e rezar ali dentro. Agradecer e vibrar coisas positivas.
Uma grande curiosidade dos fãs do programa, é saber o que vocês fazem com todo a sobra dos bolos e doces?
— A gente come! De fato, a gente só descarta o que não dá para ser armazenado, que chega a ser um risco, né?! Mas na maior parte das vezes, todo mundo aproveita um pouquinho.
Durante a gravação é natural acontecer gafes e a maioria delas nem vão ao ar, teve algum erro durante a gravação que você acha vergonhoso, aquele momento ‘cringe’? Como foi?
— Tem muitos, eu sou uma pessoa de riso muito fácil e tenho crises de riso e de choro com facilidade. O que não vai ao ar são as nossas crises de riso que são constantes e algumas brincadeiras que a gente faz um com o outro ou que eu faço com algum participante. Porque a gente acaba criando um vínculo, uma amizade e se sente confortável para brincar. O que eu posso contar [aconteceu] no começo dessa temporada. Aumentou o número de participantes, então consequentemente a degustação [às cegas] fica mais longa, e aí no segundo episódio durante a degustação da prova técnica, quando eu fico quietinha sentada do lado, assistindo Beca e Olivier [avaliando], eu dormi! eu dormi! Eu estava tão cansada que eu dormi, em um sono gostoso. Eu acordei com o silêncio e quando eu me dei conta estava todo mundo olhando para minha cara, morrendo de rir e a câmera em cima de mim, obviamente que registraram aquilo. Foi minha maior gafe, fiquei com muita vergonha de ter dormido.
Com a pandemia todo mundo teve que se ajustar e se proteger, como você sentiu as mudanças em sua rotina e seu trabalho?
— Hoje, a gente está mais acostumado a lidar com as limitações. Mas no ano passado foi, praticamente, o começo da pandemia, então foi tudo muito difícil. Agora já estamos mais acostumados em todos os sentidos, não apenas durante as gravações, mas penso que na vida. Lá dentro a gente continua sem poder abraçar, tocar e ter muita aproximação com os participantes. Isso me dói muito isso, para mim é o mais difícil, realmente sinto muita falta de abraçá-lo de acolhê-los de uma maneira mais calorosa. Precisamos estabelecer esse distanciamento. [Gravamos] respeitando todos os protocolos de segurança em favor da nossa saúde em favor da saúde de todos os que estão os que estão ali que trabalham com a gente. Semanalmente todos nós fazemos o exame da covid e só tira a máscara realmente no momento em que a gente vai gravar. O tempo inteiro higienizando absolutamente tudo. Desejo que a temporada que vem ano que vem a gente consiga voltar a ter esse contato humano que me faz muita falta.
Nadja Haddad, você já participou como participante no especial do programa e agora como apresentadora. Qual é mais difícil, apresentar ou participar?
— Sem dúvida alguma participar. O participante está ali o tempo inteiro sob pressão, ele tem que cozinhar numa estrutura ótima incrível, mas que não é a dele. Em teste o tempo todo, é uma rotina muito cansativa. Eu estou ali apresentando, mediando e ancorando tudo, mas eles estão de fato com a mão na massa. Com certeza é muito mais difícil participar como um competidor do que apresentar.
Muitos apresentadores acabam se rendendo ao famoso real-time, do Ibope. Uns deles se declaram viciados pelos números. Como você lida com a audiência, ela te afeta de alguma forma? No SBT há alguma pressão sobre isso?
— É claro que os números nos importam, eu quero que a gente sempre vá bem no ibope, quero que a gente sempre esteja na vice-liderança – como a gente tem se mantido – ou até mesmo na liderança. Isso importa porque faz é um bem danado para o investimento do programa, nos mantém na grade e chama atenção do mercado publicitário. Então [a audiência] me importa sim, mas eu não sou escrava disso. O que tem um valor imensurável é o feedback das pessoas e o resultado que a gente proporciona através do conteúdo. Não sou uma escrava dos números, trabalho bem, me dedico e entrego a minha essência para que isso se reflita em números, mas que principalmente cause um impacto positivo na vida das pessoas.
Antes de apresentador o Bake Off, você passou por vários programas no SBT, começando no Programa do Ratinho, como jurada. Como você avalia este período?
— Sou muito privilegiada de ao longo da minha carreira, tanto no entretenimento quanto no jornalismo, ter conseguido experimentar as áreas que realmente me transformaram na apresentadora que sou hoje. Eu no jornalismo, fui pauteira, produtora, rádio escuta, editava as coisas que eu fazia quando podia, roteirizada as matérias que fazia. Desde que eu fui para o SBT que eu consegui experimentar também várias funções e tenho muita gratidão. Foi muito intenso e muito transformador internamente enquanto profissional, e principalmente para eu poder entender quem realmente eu sou e ter bom senso de poder ser essência no ar. Levar a minha verdade para o ar, juntar o meu profissionalismo com o meu lado real é muito bom e eu tenho certeza de que foi o SBT que me trouxe isso.
Quando foi que caiu a ficha que você queria seguir a carreira jornalística e trabalhar na Televisão?
— Me caiu essa ficha quando eu fui trabalhar com a Xuxa, como assistente de palco. Na ocasião eu dançava no programa e era ajudante de palco. Quando eu conheci o universo da comunicação, tive a certeza de que era ali onde queria trabalhar, não necessariamente no entretenimento ou no jornalismo, mas na área de comunicação. Eu fazia faculdade de direito e havia trancado para trabalhar e quando parei de trabalhar com a Xuxa, eu transferi [curso] para a comunicação social.
Você teve passagem pela Band, sua terceira emissora, começando no jornalismo e fazendo a transição para o entretenimento. Você teve alguma relutância ou medo? Como foi esta mudança?
— A Band foi minha primeira emissora tratando-se de jornalismo, eu trabalhei na rádio Tupi antes, fui estagiária e depois fui para a Globo como assistente de palco da Xuxa. Na Band que eu realmente comecei a trabalhar como jornalista. Eu tive um pouco de medo quando passei do jornalismo para entretenimento. Porque eu não entendi até onde eu podia ir, quem eu podia ser. O jornalismo ele exige da gente uma postura muito quadradinha, hoje está mais humanizado, mas na minha época não. Então quando migrei para o entretenimento, tive que trabalhar muito autoaceitação para eu poder ficar à vontade naquele novo papel. Tive medo de me deparar com situações semelhantes que me deparava no jornalismo que me magoavam, como machismo. Eu não vivi isso [no entretenimento]. Hoje entendo que meu lugar de felicidade, de prosperidade e de satisfação pessoal é realmente no entretenimento.
Com as redes sociais, as celebridades se aproximaram significantemente dos fãs, mas os haters vêm junto na bagagem. Como você lida com críticas negativas e comentários ruins sobre você ou seu trabalho?
— Felizmente não tenho tantos haters, graças a Deus. Ainda que a gente tente lidar bem com isso, de uma maneira madura, é claro que é desagradável e ninguém quer. Eu leio absolutamente tudo, porque é importante para mim e é importante para que eu me refaça. Então, eu recebo super bem as críticas e quando são críticas que eu acho que cabe uma resposta até respondo, sempre de uma maneira educada. Mas quando são coisas banais, uma disseminação de raiva de ódio, a gente pode bloquear. Apaga, bloqueia e segue a vida. Se na vida fosse assim, seria tão bom. Eu procuro me blindar nesse sentido, não levar para o pessoal, não me impregnar da raiva, ao menos que seja algo que possa me ajudar numa construção humana.
Aos 40 anos de muita dedicação e superação, como você, Nadja Haddad, se define hoje?
— Me defino como alguém em constante evolução, em constante transformação, em constante construção. Eu me permito dizer que tenho muito orgulho do ser humano em que a vida me transformou e que me permiti ser. Tenho muito orgulho e gratidão de tudo que eu vivi, da maneira com a qual eu soube lidar com as adversidades, da família que eu tenho, principalmente as pessoas que me amam e que me ampararam no meio do caminho. Tenho muito orgulho de ser quem eu sou e de estar onde eu estou, mas quero continuar nesse processo evolutivo.
Conte-nos se existe outras pretensões para sua carreira na TV, futuros projetos ou sonhos que deseja realizar?
—Sem dúvida alguma tenho muitos sonhos e pretensões, até porque os sonhos movem a gente. Eu sou muito feliz onde estou, com o que eu faço, mas eu quero demais conciliar o Bake Off com o algum outro projeto onde eu consigo continuar a falar com famílias, com mulheres. Se possível no mundo da gastronomia. Mas por enquanto nada palpável, mas é claro que eu desejo muito mais e sei que eu posso, tenho saúde para isso, sabedoria e vontade. Jogo para universo, me preparo para isso. Como me preparei para o Bake Off Brasil, mas jogo para o universo, mas sem abrir mão do Bake Off, porque sou muito feliz ali dentro e sinto que meu tempo ali ainda vai ser longo.
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